sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

CHILE: RESSOCIALIZAÇÃO NO SISTEMA PRISIONAL DO PAIS ANDINO.

SANTIAGO, Chile – Três fotos de Jaime Acosta chamam a atenção de quem entra na loja onde ele vende produtos para deficientes visuais.
Em uma delas, ele está recebendo o prêmio de Microempreendedor do Ano de 2013 no Encontro Nacional de Pequenas e Médias Empresas Industriais. Outra foto mostra Acosta ganhando um prêmio do BancoEstado, uma das principais instituições financeiras do Chile, que lhe concedeu a distinção Empreendedor 2011 na categoria inovação. Na terceira, ele aparece com um ex-ministro de Economia do Chile.
Acosta, que nunca estudou administração, saiu da prisão em 2008 depois de cumprir dez anos por narcotráfico.
Graças a um programa de capacitação em linguagem Braille que fez enquanto esteve na prisão, ele abriu uma pequena empresa que importa e fabrica produtos para deficientes visuais.
“Quando aprendi sobre o Braille, nunca imaginei que ele um dia me levaria a abrir um negócio”, afirma. “Mas, aos poucos, ele me incentivou a encontrar uma alternativa de vida.”
Ao sair da prisão, com o apoio da família, Acosta buscou oportunidades. Depois de fazer pedidos a diversas instituições e municípios, recebeu capital e consultoria do Serviço de Cooperação Técnica do Ministério de Economia, há quatro anos.
Hoje, a Braille Chile tem cinco empregados, sendo três ex-detentos e dois que ainda cumprem pena.Quando aprendi sobre o Braille, nunca imaginei que ele um dia me levaria a abrir um negócio”, afirma. “Mas, aos poucos, ele me incentivou a encontrar uma alternativa de vida.”
Ao sair da prisão, com o apoio da família, Acosta buscou oportunidades. Depois de fazer pedidos a diversas instituições e municípios, recebeu capital e consultoria do Serviço de Cooperação Técnica do Ministério de Economia, há quatro anos.
Hoje, a Braille Chile tem cinco empregados, sendo três ex-detentos e dois que ainda cumprem pena.A pequena empresa de Acosta ficou a cargo da impressão de cédulas de votação para cegos nas eleições municipais do Chile de outubro de 2012.
“Agora, estou vendendo ao governo”, orgulha-se Acosta.
Em torno de 49.000 detentos cumprem pena atualmente nas 97 prisões do país. O Chile tem uma taxa de superlotação de 23% e um índice de reincidência no crime de 65%, de acordo com números oficiais.
“A reincidência tem mais possibilidades de ocorrer durante o primeiro ano [após a saída da prisão]”, diz Sebastián Valenzuela, diretor da Divisão de Reintegração Social do Ministério de Justiça.
Autoridades estão promovendo uma série de programas para evitar a reincidência por meio do trabalho, com treinamento e cursos voltados às necessidades das diferentes regiões onde os presídios estão localizados.
Recursos online
A iniciativa mais recente é o site de empregos reinsercionsocial.cl(Reinserção Social), uma parceria público-privada coordenada pela Gendarmeria do Chile, que monitora, atende e auxilia a população carcerária do país.
Desde que foi lançado, em maio de 2012, o programa ajudou 728 ex-condenados a encontrar empregos nos setores de construção, telefonia e indústrias.
Os selecionados entram no programa após demonstrar bom comportamento e participar de processos de capacitação.
No total, 1.284 detentos trabalham atualmente dentro de prisões ou por meio de programas de liberdade restrita.
A Telefónica, multinacional das telecomunicações que opera no Chile, realizou recentemente um programa-piloto que ofereceu 300 horas de treinamento técnico a 47 ex-detentos, ensinando-lhes como resolver problemas como falhas em postes e cortes em fibras ópticas.
Dos ex-detentos que participaram do curso, 85% foram aprovados, e a Telefónica contratou 29 deles com salários mensais de cerca de US$ 800, de acordo com Francisco Ceresuela, gerente de relações institucionais da empresa.
Aspectos essenciais
Ceresuela afirma que vencer o preconceito contra ex-presidiários no mercado de trabalho é um desafio para administradores e empregados.
“Mas isso é facilmente contornado quando um especialista explica [aos trabalhadores] o perfil daqueles que vão participar”, diz, lembrando que a Gendarmeria do Chile organiza palestras com empresas interessadas, onde os executivos têm a oportunidade de se encontrar com detentos e ex-detentos.
“Os representantes da empresa saem dos encontros impressionados e empenhados em se envolver com um mundo que eles não conheciam, procurando oportunidades que podem oferecer a criminosos condenados”, afirma.
Juan Carlos Vargas, supervisor da Wintec, fábrica de janelas e portas de vidro, diz que o programa é importante para que os ex-presidiários façam uma transição tranquila para a sociedade.
“Há uma mudança drástica nos ex-detentos quando eles têm uma responsabilidade, uma ocupação”, completa.

E O EFEITO DA JUSTIÇA SERÁ PAZ , E A OPERAÇÃO DA JUSTIÇA , REPOUSO E SEGURANÇA PARA SEMPRE.                      ISAÍAS 32/17

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